A diarreia é uma defesa do corpo para eliminar vírus, bactérias ou
parasitas, os três principais causadores da doença. Junto com esses
micro-organismos, saem água, sais minerais e outros nutrientes, além das
fezes, que se tornam mais líquidas e intensas.
Por ser um mecanismo para combater invasores, o problema não deve ser
interrompido por remédios, e passa sozinho em dois dias a duas semanas.
Os primeiros momentos são os piores, em que há mais volume de cocô e/ou
vômito. Após três dias, a mucosa do intestino é capaz de se regenerar
totalmente.
Quem tirou todas as dúvidas sobre o tema no Bem Estar desta quinta-feira (21) foi a pediatra Ana Escobar,
ao lado do clínico geral e infectologista Paulo Olzon. Por dia, o
Brasil registra mais de 4 mil novos casos e 15 mortes por diarreia, que
se não tratada da forma correta – com a hidratação do paciente – pode
até matar, principalmente crianças menores de 1 ano.
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Essa infecção ocorre principalmente pela falta de saneamento básico ou
higiene, alimentos e água contaminados. Lavar e desinfetar superfícies,
utensílios e equipamentos antes da preparação da comida, além de
proteger a cozinha contra insetos e animais de estimação, são passos
fundamentais.
Outro gesto simples, como guardar o açucareiro na geladeira para evitar
formigas, é capaz de impedir a transmissão, que ocorre de pessoa para
pessoa. Outras medidas básicas são: dar descarga com a tampa do vaso
sanitário fechada e manter o lixo sempre tampado, já que o contágio pode
acontecer em um raio de até seis metros.
Além de micróbios, fatores emocionais, como estresse ou nervosismo, e uma descarga de adrenalina podem desencadear a diarreia.
A principal recomendação é tomar muito líquido – como água, água de
coco, sucos, chás, isotônicos e o soro de reposição oral (disponível nos
postos de saúde) –, manter uma alimentação leve e esperar que a
situação passe. Refrigerante não deve ser consumido nesse caso.
Situações mais graves, em que o indivíduo fica sem forças e desnutrido,
exigem internação. O paciente também pode apresentar náusea, vômito,
febre, dor abdominal e até sangue ou muco nas fezes.
Na superfície intestinal, há uma série de ondinhas (vilosidades) que
servem para "atrasar" o trânsito dos alimentos e favorecer a absorção
dos nutrientes. Bactérias, por exemplo, grudam no topo dessas
vilosidades, e as substâncias ruins (toxinas) produzidas por elas abrem
uma espécie de "comporta" na parte de baixo da onda, liberando água das
células. A água leva embora as toxinas e também os nutrientes,
acelerando todo o trânsito intestinal.
O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece para menores de 1 ano uma vacina
contra um dos vírus causadores da diarreia infecciosa, o rotavírus. A
primeira dose deve ser tomada entre 1,5 mês até 14 semanas e a segunda,
entre 14 semanas e 5,5 meses. O intervalo mínimo entre elas deve ser de
30 dias.
Segundo dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), de
2000 a 2009 o país teve 49.573 mortes por diarreia e gastroenterite de
origem infecciosa presumível. Por ano, foram 5,5 mil óbitos.
A taxa de mortalidade para cada 100 mil habitantes variou, entre 2000 e
2009, de 27,18 para 85,21 (mais que triplicou) em menores de 1 ano; de
2,37 a 4,11 (quase dobrou) na faixa etária de 1 a 4 anos; de 0,18 a 0,38
(mais que dobrou) na faixa de 5 a 9 anos; e de 1,58 para 2,18 (aumento
de 40%) em maiores de 10 anos.
Na região Norte, o índice passou de 2,80 para 3,88 (aumento de quase
40%); no Nordeste, de 3,53 para 5,89 (aumento de quase 70%); no Sudeste,
de 1,34 para 2,07 (aumento de mais de 50%); no Sul, de 1,21 para 2,30
(aumento de 90%); e no Centro-Oeste, de 1,82 para 3,02 (aumento de 65%).
As regiões Sul e Nordeste são, portanto, as que tiveram uma maior
elevação de óbitos no período.
Sinais clínicos para identificar a gravidade da diarreia:
- Dobrar a pele da barriga (na criança) ou da testa (no idoso). Se ela demorar para voltar, pode ser sinal de desidratação
- Pressão arterial abaixo do normal (12 por 8), o que pode indicar desidratação
- Aumento da frequência cardíaca: o sangue circula mais rápido em caso
de desidratação. Os batimentos por minuto sobem, por exemplo, de 80 para
120
- Secura da boca, língua ressecada e sede
- Apertar as unhas e abrir e fechar as mãos para observar a irrigação
sanguínea. Se o sangue demorar para retornar, pode ser desidratação
- Urina concentrada, de cor amarelo escuro
- Olhos fundos, principalmente em crianças
- Prostração. Não conseguir fazer atividades normais é sinal de alerta e exige uma ida ao pronto-socorro
Medicamentos
A automedicação é muito ruim e pode piorar o quadro de diarreia. A
indicação de antibióticos só pode ser feita por um médico e ocorrer
quando o benefício for inquestionável, pois a doença aguda, em grande
parte das vezes, tem um curso limitado.
Se a diarreia for provocada por vírus, não há tratamento com remédio,
apenas cuidados de suporte, como a hidratação do paciente. Em caso de
diarreia por parasitas, utilizam-se medicamentos específicos, de acordo
com o animal responsável.
Purificação de água
Se a água para beber não for potável, deve-se tratá-la por fervura e/ou
cloração com hipoclorito de sódio a 2,5% (distribuído gratuitamente em
todos os postos de saúde do Brasil). Pingue duas gotas para cada litro e
deixe agir por 30 minutos.
Após tratada, armazene a água em vasilhas limpas e de boca estreita
para evitar um novo contágio. Não use água de riachos, rios ou
poços contaminados.
sexta-feira, 1 de novembro de 2013
Tomar café à noite dá insônia? Verdade.
A cafeína é uma substância estimulante e pode tirar o sono porque age
no sistema nervoso central, deixando o corpo mais acelerado. Pessoas com
problemas de sono – ou até que sentem dores de cabeça com frequência,
têm úlceras ou histórico de problemas cardíacos – não devem tomar
nenhuma substância estimulante, como a cafeína.
De acordo com a pediatra Ana Escobar, os alimentos que podem tirar o sono, além do café, são o chá preto, chá verde, guaraná em pó, chocolate, refrigerante de cola e energético. Por outro lado, pães, massas, leite, chá de ervas e mel podem causar o efeito contrário e dar sono.
De acordo com a pediatra Ana Escobar, os alimentos que podem tirar o sono, além do café, são o chá preto, chá verde, guaraná em pó, chocolate, refrigerante de cola e energético. Por outro lado, pães, massas, leite, chá de ervas e mel podem causar o efeito contrário e dar sono.
Ler com a luz fraca faz mal para os olhos? Mito.
Uma vez ou outra, quando a pessoa viaja e lê num ônibus, ou quando lê
em casa em um cômodo mais escuro, não há problema nenhum. De acordo com a
pediatra Ana Escobar, isso pode causar um desconforto e até mesmo dor
de cabeça porque a pessoa pode precisar forçar a vista para enxergar,
mas não chega a causar um problema na visão.
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