Rádio de manhã, música no metrô ou no ônibus, fones à toda no escritório. De manhã à noite, nossos ouvidos são mais solicitados que nunca. E às vezes correndo riscos. Em julgamento, os aparelhos de MP3 e os fones de ouvido que mudaram o panorama. Primeiro porque a música hoje é comprimida, então os reflexos sonoros desaparecem, o que leva os usuários a aumentar o volume. Depois, por causa dos fones, muitas vezes um modelo específico que compramos separado do MP3 e que não é obrigatoriamente adaptado ao aparelho.
Escutar música demais pode realmente prejudicar nossa audição. "As células sensoriais não se reproduzem, o que fragiliza seu ouvido e pode provocar acufenos, ou zumbidos [ruídos parasitas, assobios, incômodo, redução significativa da audição]", explica o médico francês Sylvain Néron, otorrinolaringologista e representante da campanha Agi-Son. Para não danificar seus ouvidos e fazer que a música continue sendo um prazer, veja 5 coisas que você deve saber, ensinadas pelo doutor Néron, antes de colocar seus fones de ouvido:
1. Não escute seu MP3 em um ambiente muito barulhento.
Em geral, as pessoas escutam MP3 em um ambiente ruidoso. O limite que não se deve ultrapassar para não prejudicar os ouvidos é fixado em 90 decibéis (isto é, o ruído de uma motoneta ou de um trem moderno). Mas um MP3 no máximo pode alcançar 100 decibéis. As autoridades europeias obrigam os fabricantes a limitar seus aparelhos em 100 decibéis. Para aproveitar plenamente sua música sem ter de aumentar o som por causa do ambiente em que você se encontra, escolha lugares calmos, como parques, ou seu escritório, se não for muito barulhento.
2. Não escute música durante muito tempo.
Em geral, observamos que os jovens não usam o MP3 só para escutar música, mas também para se distanciar, entrar em uma bolha, abandonar o cotidiano. Usar o MP3 como meio de se evadir pode ser perigoso para seus ouvidos e para você: muitos jovens tendem a dormir ouvindo música, os ciclistas que escutam música podem provocar acidentes... Mesma coisa para os funcionários que trabalham o dia todo ao ar livre com fones nos ouvidos. Para não gastar seus ouvidos, você não deveria escutar mais de 20 horas de música por semana, a 90 decibéis. Desde que você não se exponha a outros riscos (isto é, metrô, rua, máquinas elétricas). Além desse limite, você coloca seus ouvidos em perigo.
3. Preste atenção quando colocar seu som preferido.
Um dos perigos principais está na ligação especial que alguns têm com uma determinada música. "Quando você escuta uma música que você adora, a tendência é escutá-la em doses cada vez maiores e por mais tempo. Há uma grande parte de afeto na música", explica o doutor Néron.
4. Não é só a música que faz mal aos ouvidos.
Escutar música por um tempo excessivo e em volume muito alto é certamente um problema sério, mas também depende do ambiente. Outros lugares colocam seus ouvidos em perigo constante: transportes coletivos, boates, bares, shows... Nesses locais, a música pode variar de 90 a 110 decibéis, isto é, acima do limite aconselhável. O álcool e a droga agem como analgésicos, por isso você não sente as batidas e os chiados em seus ouvidos. Normalmente, basta ficar 45 minutos em uma discoteca ou um bar que toque música acima de 100 decibéis (praticamente todos os bares/boates). Não prestar atenção ao ambiente e ficar ali muito tempo pode provocar danos irreparáveis, como a surdez súbita.
5. Seus ouvidos precisam descansar.
Durante nossa vida, somos constantemente confrontados com ruídos externos, com a utilização de aparelhos para escutar música... É importante dar tempo para os ouvidos descansarem. Regra geral, para 45 minutos de escuta você deveria fazer uma pausa de 15 minutos, em função da intensidade. Também há outros truques para limitar a intensidade: você pode usar tampões de ouvido. O melhor meio de evitar o risco é usar um bom par de fones de ouvido, reduzir o tempo de exposição à música forte e regular o volume.
O risco é igual para todo mundo? Não.
"As pessoas não são iguais, os desgastes podem ser mais ou menos graves em função da fragilidade dos ouvidos. Nenhum exame permite avaliar essa fragilidade. As únicas pistas que um médico pode ter vêm do fator genético", explica o doutor Néron. Mais um motivo para levar em conta o risco: "Cada vez mais pessoas e cada vez mais jovens apresentam problemas auditivos. Pôr em risco os ouvidos não é brincadeira. Assim como o tabaco ou o álcool, a noção de risco ao longo do tempo é difícil para os jovens entenderem", conclui o médico.