A Alergia é uma resposta exagerada do sistema imunológico a uma substância estranha ao organismo, ou seja uma hipersensibilidade imunológica a um estímulo externo específico. Os portadores de alergias são chamados de “atópicos” ou mais popularmente de “alérgicos”.
O organismo tecido ou célula capaz de apresentar uma reação de hipersensibilidade diz-se estar sensibilizado. As reações alégicas, sendo reações imunológicas, são extremamente específicas, reagindo o organismo sensibilizado exclusivamente ao determinante antigênico usado como imunogêno ou estrutura semelhante. As reações de hipersensibilidade foram bem cedo separadas em dois tipos diferentes, de acordo com o tempo decorrido entre o contato do organismo sensibilizado com o antígeno e a visualização macroscópica do fenômeno alérgico. Assim, enquanto as chamadas reações de hipersensibilidade imediata exigem apenas minutos ou algumas horas para seu aparecimento, as reações de hipersensibilidade tardia só se desenvolvem depois de muitas horas.
Hoje, embora esse critério de tempo de aparecimento continue válido para a classificação das reações de hipersensibilidade, sabe-se que diferenças mais importantes separam os dois tipos. Assim, enquanto as reações do tipo imediato incluem todas as reações reproduzíveis por um ou outro dos vários tipos de anticorpos presentes no soro e, conseqüentemente, podem ser transferidas de um indivíduo para o outro por anti-soro, as reações do tipo tardio dependem de linfócitos e, portanto, não são transmissíveis por anti-soro, mas somente por células. A transferência por meio de células de um estado de imunidade denomina-se imunização adotiva, porque o organismo receptor adota as células do doador, as quais lhe conferem a imunidade adquirida no outro organismo. No caso de transferência por células de um estado de hipersensibilidade, diz-se haver sensibilidade adotiva. Tanto a imunidade quanto a sensibilização adotiva somente são possíveis entre indivíduos isogênicos.(É possível à transferência de células alogênicas que, entretanto, sobrevivem por um período curto.) Note-se que, enquanto a hipersensibilidade tardia é transferível por anticorpos ou células.
Classificação
O esquema adiante resume a classificação dos diversos tipos de hipersensibilidade. As reações de hipersensibilidade imediatas incluem a anafilaxia, as reações citotóxicas e as reações devidas a determinados tipos de complexos antígeno-anticorpo em consequência qual produzem-se alterações nos tecidos. Note-se que, enquanto na anafilaxia o anticorpo está associado às células provando respostas dessas ao reagirem com o antígeno, nas reações citotóxicas, o antígeno é que se encontra associado às células. Nas reações devidas a complexos antígeno-anticorpo, nem o antígeno o anticorpo se encontram previamente associados às células, ocorrendo a reação após combinação do antígeno com o anticorpo livre. Além disso, enquanto as duas reações dependem da reação decomplemento, as reações anafiláticas acontecem sem a participação desse sistema. Existem evidências demostrando que, em quase todas as reações, a resposta do organismo é divida à ação de substâncias formadas ou liberadas do tecido pela reação do antígeno-anticorpo. Essas substâncias, que usualmente possuem intensa atividade farmacológica, são denominadas mediadores farmacológicos químicos ou simplesmente mediadores.
Imunoglobulina E
A imunoglobulina é uma proteína que exerce importante papel no corpo humano. É ela que vai dar início a um complexo sistema de defesa contra infecções e ataques de vírus e bactérias. A imunoglobulina tem função de mensageira. Liberada na circulação sanguínea, ela percorre o organismo e ao deparar-se com o agente agressor para o qual ela foi especificamente feita, fixa-se nele e promove a liberação de histamina, que é a responsável pelos sintomas.
Sintomatologia
O alérgico pode apresentar um ou vários dos sinais abaixo:
- Espirros em salva (vários espirros seguidos)
- Nariz obstruído, com respiração pela boca.
- Coriza (secreção nasal aquosa e fluida)
- Tosse repetitiva
- Prurido (comichão) nos olhos, nariz, garganta e em qualquer parte do corpo.
- Lacrimejação dos olhos
- Erupções cutâneas
- Urticárias
- Edema (inchaço) nos lábios ou nas pálpebras (angioedema)
- Conjuntivite, faringite, sinusite e otite alérgicas.
- Marcas nas pálpebras
- Dispnéia (falta de ar)
Tratamento Alergia
O tratamento pode ser dividido entre a fase aguda (quando o paciente apresenta exacerbação dos sintomas) e fase crônica.
Fase aguda
O tratamento da fase aguda é feito com anti-histamínicos e corticóides por via endovenosa ou intramuscular. Nos casos de alergias respiratórias pode ser necessário nebulização com beta-adrenérgicos. Medicamentos sintomáticos são prescritos conforme a necessidade de cada pessoa. É necessário também afastar a pessoa do agente que está causando a alergia.
Fase crônica
O tratamento na fase crônica, ou após o termino da fase aguda, é a desensibilização. A desensibilização é uma forma de imunoterapia onde o paciente recebe doses inicialmente mínimas que gradualmente vão aumentando, com doses progressivas do produto alergênico em questão.
Esta técnica pode diminuir a sensibilidade ou até mesmo eliminar a hipersensibilidade. Isto acontece porque o estímulo acarreta um contínuo aumento na produção de imunoglobulina G, que substitui a imunoglobulina E, responsável pela resposta aguda e pela resposta alérgica.
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