Poucos sabem, mas o Brasil é campeão no uso de substâncias tóxicas na agricultura. Em 2013, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária, a ANVISA, divulgou o impressionante resultado de uma pesquisa feita com amostras de frutas e verduras. Segundo o estudo, 36% eram impróprias para o consumo pelo excesso de toxinas ou pela presença de substâncias proibidas no país.
De acordo com estimativas do Sistema Único de Saúde (SUS) e da Organização Mundial de Saúde (OMS), a cada ano, 500 mil brasileiros procuram atendimento devido à contaminação por agrotóxicos. As análises revelam ainda que a população, de um modo geral, ingere resíduos de toxinas em quantidades bem superiores ao limite permitido pelas autoridades responsáveis.
Os Riscos Para a Saúde
A utilização dessas substâncias tem um efeito em cadeia que só pode ser medido a longo prazo. Além do risco direto para quem come um alimento com resíduo de agrotóxicos, é preciso pensar ainda na contaminação do solo e da água, bem como nos trabalhadores rurais que entram em contato com o veneno usado na agricultura.
Quando ingerimos um alimento tóxico, o nosso organismo tenta neutralizar a substância. Porém, quando há excesso de toxinas, o fígado acaba sobrecarregado e não dá conta de impedir os efeitos nocivos. Veja o que diz o nutrólogo Roberto Navarro:
O fígado humano tem o poder de identificar as toxinas e transformá-las em não tóxicas. O problema é a quantidade. Consome-se tanto agrotóxico que o fígado fica sobrecarregado e não dá conta de metabolizar e anular o efeito tóxico. Com isso, as toxinas adentram as células e aumenta-se a incidência de câncer (Fonte: saude.ig.com.br).
Lista de Alimentos Contaminados
O estudo feito pela ANVISA chegou a uma lista com os alimentos mais contaminados. O primeiro lugar é o pimentão, que teve 213 amostras analisadas, das quais 89% foram consideradas inadequadas para o consumo. Logo depois vem a cenoura, com 67% de reprovação, e o morango, com 59%. Também estão na relação:
- pepino (44%);
- alface (43%);
- abacaxi (41%);
- laranja (28%);
- uva (27%)
- mamão (20%)
- arroz (16%)
- tomate (12%)
- maçã (8%)
- feijão (6%)
Diante desses números, o que podemos fazer é exigir das autoridades mais fiscalização e cuidado com a saúde da população.