Beber água pode ajudar a prevenir o sobrepeso e a obesidade em crianças.
Uma pesquisa realizada pelas universidades de Dortmund e de
Witten-Herdecke, na Alemanha, e de Londres, no Reino Unido, concluiu que
o aumento do consumo de água em escolas diminuiu o risco de excesso de
peso.
O estudo foi conduzido em grupos escolares de áreas pobres dos dois
países, onde o risco de obesidade é maior, e envolveu 32 grupos
escolares de nível elementar, somando 2.950 crianças.
Para promover o consumo, bebedouros foram instalados nas escolas e os
professores deram aulas sobre os benefícios da bebida para o organismo.
As crianças foram incentivadas com recompensas e brindes como garrafas
d'água.
Embora não tenha havido redução no consumo de refrigerantes, os alunos
das 17 escolas que receberam a intervenção beberam cerca de um copo a
mais de água diariamente.
Os resultados mostraram que, em um ano, houve queda de 31% no risco de
excesso de peso nesse grupo, mas não houve redução no IMC (índice de
massa corporal). As crianças que não participaram da campanha tiveram um
leve aumento no peso no mesmo período.
"A água é fundamental para o funcionamento de todo o metabolismo",
afirma João César Castro Soares, endocrinologista e nutrólogo da
Unifesp. Para metabolizar 1 g de gordura, são usados 15 ml de água.
Quando o processo de queima de gordura funciona melhor, sua eliminação
do organismo também fica mais fácil.
Ingerir água reduz a retenção de líquidos, o que influencia na
diminuição do peso. Por outro lado, bebidas artificiais como
refrigerantes contêm mais sais e açúcares que nosso corpo e por isso,
dão mais sede.
Beber água também causa uma sensação de saciedade que pode inibir por
algum tempo a compulsão alimentar. "Um copo de 200 ml dá um volume
considerável no estômago de uma criança em idade escolar", explica
Castro.
"O trabalho reforça o conceito de que estimular hábitos de vida
saudáveis com a ingestão adequada de água é eficiente para prevenir o
aumento de peso", diz Mauro Fisberg, pediatra especialista em nutrição
na infância e na adolescência.
A má alimentação infantil contribui para o aparecimento de doenças
crônicas como diabetes, artrose e gastrite. Segundo o Ministério da
Saúde, 13% dos brasileiros são obesos e 43,3% estão acima do peso.
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