Muitas vezes, a ameaça da dengue pode estar nos fundos da casa ou na cobertura do prédio, em um espaço associado ao lazer: a piscina. A água límpida e na temperatura ambiente pode se tornar criadouro de larvas do Aedes aegypti se não houver certos cuidados por parte do proprietário.
– Por questão de clima, no Rio Grande do Sul se utiliza a piscina por poucos meses no ano, e muitas vezes os proprietários a deixam abandonada durante o inverno – avalia Luiz Felippe Kunz Junior, médico-veterinário da Coordenadoria Geral da Vigilância em Saúde da Prefeitura de Porto Alegre.
A confirmação de 206 novos casos de dengue no Rio Grande do Sul nesta semana reforça o alerta para que a população combata os focos do mosquito. A forma mais prática de evitar o surgimento do Aedes é manter o ano inteiro a rotina de adicionar cloro ou outro produto que elimine microorganismos: o mosquito não sobrevive à ação do químico. O uso do motor também é eficiente, pois os ovos são descolados das paredes pela ondulação e destruídos pelas pás.
– Outra alternativa é colocar uma tela que cubra totalmente a piscina, de forma a evitar que a fêmea do mosquito deposite seus ovos nas paredes – aponta Elson Pedro Resende da Silva, responsável pelas ações de combate à dengue da Coordenadoria Regional da Secretaria Estadual da Saúde na Região Noroeste.
Algumas piscinas são mais propensas ao desenvolvimento do mosquito, como as de plástico ou com diferentes níveis, que têm menos de um metro de profundidade nas partes mais rasas. Para se alimentar, a larva mergulha até o piso; quando a piscina é muito funda, não resiste à pressão e morre. Pelo mesmo motivo, piscinas abandonadas ou com água até a metade também preocupam.
- Podem surgir outros tipos de mosquitos nas piscinas mais fundas, mas não o Aedes aegypti - afirma Kunz.
Casos confirmados de "prima da dengue"
Os agentes explicam que, ainda que sejam encontradas larvas do mosquito da dengue nas piscinas, o problema ocorre principalmente em criadouros menores, como latas espalhadas pelo pátio, bromélias, pratos de vasos e ralos pluviais.
Além da dengue, há mais um motivo para combater o mosquito. O Instituto Evandro Chagas confirmou ontem 16 casos de Zika Vírus no País - oito no Rio Grande Norte e oito na Bahia -, também transmitida pela picada do mosquito aedes aegypti.
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