quinta-feira, 30 de junho de 2016

Qual a diferença entre TOC e mania?

Sempre ligado a pensamentos negativos, os sintomas podem aparecer com obsessão por limpeza, acúmulo de objetos, repetições de atitudes e palavras, contagens ou até insegurança. “O caso mais grave que já presenciei foi um paciente que tinha compulsão por limpeza e tomava cerca de 40 banhos por dia com inúmeros sabonetes. Ele acreditava que o ar estava contaminado, então saia do chuveiro e já entrava de novo. A pele começou a rachar e sangrar”, conta a psicanalista Priscila Gasparini.
Mas afinal, qual a diferença de TOC e mania? O que causa o problema? O transtorno tem tratamento? Para responder essas e outras perguntas, contou com a ajuda de Priscila e da psiquiatra Ana Gabriela Hounie, do Programa Transtorno Obsessivo Compulsivo do Instituto de Psiquiatria do Hospital do Coração, e tirou as principais dúvidas sobre o TOC. Confira a seguir.
O que é o Transtorno Obsessivo Compulsivo? 
É um transtorno de ansiedade que vem acompanhado de alterações de comportamento, preocupações excessivas e medo. “As obsessões são ideias que surgem na mente e as pessoas não conseguem tirar por mais absurdas que sejam. Já as compulsões são medidas que elas tomam para afastar essas ideias. O TOC é a união das duas. Por exemplo, para evitar que alguém morra, o paciente fecha a torneira oito vezes, mesmo que isso não faça o menor sentido”, explica Ana.
Qual a diferença entre TOC e mania? 
Podem parecer iguais, mas TOC e mania agem de maneiras diferentes. As manias são comportamentos repetitivos, gerados por crenças ou superstições. Segundo Priscila, é normal ter algumas manias e elas até ajudam a organizar a rotina. “O problema, porém, é quando os sintomas se agravam e viram um TOC, caracterizado pela presença de obsessões ou compulsões recorrentes e tão severas para fazer com que o paciente passe a ocupar boa parte do tempo com elas, causando muito desconforto e comprometimento de seu cotidiano”.
É comum ter TOC? 
Sim, o problema é mais comum do que se imagina. De acordo com Priscila, em média, um em cada 50 indivíduos apresentam TOC. No Brasil, estima-se que existem 3 a 4 milhões de portadores, mas muitos ainda não foram diagnosticados ou tratados, apesar de terem suas vidas e rotinas comprometidas gravemente.
Quais são as causas do TOC? 
As causas da doença ainda são estudadas por especialistas, mas ela pode surgir por vários motivos, como fatores genéticos, psicológicos e culturais. “O TOC aparece com mais frequência em pessoas que já tiveram casos na família, principalmente de parente próximos. Além disso, também pode ter um fator ambiental. Por exemplo, se criança tem uma mãe com TOC, o filho tende a aprender e copiar o comportamento”, declara Ana.
Existe uma idade em que o problema aparece com mais frequência? 
Sim. O TOC aparece com mais frequência durante a infância e anos, depois, na vida adulta. “O TOC muitas vezes se inicia entre 9 e 11 anos, mas a frequência maior se dá principalmente em indivíduos jovens até os trinta anos, podendo durar a vida toda”, afirma a psicanalista. Também vale lembrar que o problema é mais comum em homens.
Quais são os sintomas mais comuns? 
Os sintomas do TOC são comportamentos voluntários e repetitivos executados em resposta a regras criadas pelo paciente, que devem ser seguidas rigidamente. De acordo com as especialistas, os exemplos mais comuns são lavar as mãos, fazer verificações, contar, repetir frases ou números, alinhar, guardar ou armazenar ou repetir perguntas.
“As compulsões aliviam momentaneamente a ansiedade, levando o indivíduo a executá-las toda vez que sua mente é invadida por uma obsessão acompanhada de aflição. Nem sempre têm conexão realística com o que desejam prevenir. Por exemplo, alinhar os chinelos ao lado da cama antes de deitar para que não aconteça algo de ruim no dia seguinte”, avalia Priscila.
Como é feito o diagnóstico? 
Assim que o paciente notar alguns sintomas da doença, deve procurar um psicólogo para avaliar o grau do transtorno.

Tem tratamento? Como é feito? 
Sim, o TOC tem tratamento e é feito com uma combinação de medicamentos antidepressivos e psicoterapia. O tratamento começa a fazer efeito entre um e três meses e pode durar por anos, dependendo da gravidade do caso. Para alguns pacientes, com obsessões e compulsões mais graves, as medidas devem ser administradas por toda a vida.

quarta-feira, 29 de junho de 2016

O que ocorre no corpo durante um Susto

E de um segundo para o outro uma onda de sensações percorre todo o corpo: frio na espinha, olho arregalado, batedeira no peito, pele pálida, etc… . Mas pra quê tudo isso? Vamos entender melhor essa complexa sequência de eventos que toma nosso corpo quando ficamos assustados.
“O susto é um  evento biológico intenso e hiperagudo. O cérebro percebe algo inesperado que  exige uma conduta imediata  de colocar o corpo em um estado de luta ou fuga. Para tal participam regiões cerebrais profundas relacionadas ao sistema límbico (emoções), além de hormônios que circulam pelo sangue, entre eles a famosa adrenalina”, explica Leandro Teles, médico neurologista.
O susto gera mudanças físicas e psíquicas. Fisicamente ocorre aumento da pressão arterial e taquicardia (batedeira no peito).  O sangue, por sua vez, é direcionado principalmente para os músculos e o cérebro, deixando a pele fria e pálida. Ocorre retração das pálpebras (olho arregalado) e as pupilas se dilatam, isso para aguçar a visão, mesmo que se perca a percepção dos detalhes. Muitos músculos se contraem de maneira preventiva e involuntária, gerando trancos e sobressaltos. O rosto também muda, surgem caretas, a boca fica entreaberta e muitas vezes acontece um grito possivelmente na intenção de chamar instintivamente ajuda. Os pelos do corpo ficam eriçados, alguns antropólogos acreditam que seja uma herança genética dos grandes primatas, que parecem maiores e mais amedrontadores quando eriçam seus pelos.
Psiquicamente podem surgir diversas sensações, a depender da situação em que ocorreu o susto. Geralmente surge um medo agudo seguido de raiva, ansiedade ou vontade de chorar, mas podem surgir, após o susto inicial, prazer e vontade de rir. Tem gente que até busca um bom susto, premeditadamente, como quando assistimos filmes de suspense ou terror, ou em algumas atrações de parques de diversões.
O interessante é que a resposta fisiológica (física e mental) na hora do susto ocorre da mesma maneira seja uma ameaça real (um assalto, um tiroteio, um acidente, etc…), seja uma brincadeira qualquer (como quando um amigo se escondeu atrás da porta). Segundo o neurologista: “A resposta do corpo antecede e muito a compreensão exata da situação, por isso na grande maioria das vezes exageramos na dose e nos assustamos com eventos inócuos”.
Portanto, o susto tem sua razão evolutiva de ser, ocorre para a eventual hipótese de ocorrer uma situação de risco imediato que necessite de uma pronta resolução. De modo geral levar sustos não faz mal à saúde, salvo em pessoas muito emotivas ou com problemas cardíacos graves.

terça-feira, 28 de junho de 2016

O brasileiro consome mais que o dobro de sal

O brasileiro consome mais que o dobro de sal recomendado para a população. Você está incluído nessa? 
Doutor Kalil explica que o sal é importante para a alimentação, mas em excesso é perigoso para a saúde. O brasileiro consome uma média de 12 gramas de sal por dia, mais que o dobro do recomendado, porque o sal aumenta a pressão arterial, um mal silencioso, que eleva o risco de AVC e infarto, principalmente para os diabéticos, as pessoas com insuficiência renal, os idosos e os hipertensos.
Para as pessoas saudáveis, ele pode trazer problemas futuros, mas para esse grupo de pessoas, o sal é ainda mais perigoso.

segunda-feira, 27 de junho de 2016

Gorduras e açúcar devem ser evitados antes de dormir

O que comer à noite e o que evitar? Doces e carboidratos, por exemplo, estão liberados? Ou será que é melhor pular o jantar para emagrecer?
Médicos explicam  que normalmente quando a gente chega em casa à noite e dá uma relaxada, a gente fica um pouco ansioso também, quer comer o que não comemos durante todo o dia. Falta planejamento do que vai acontecer à noite.
A dica é pensar no que vai comer, relaxar, comer devagar, sentir o sabor dos alimentos e ter prazer com a comida ao invés de comer de forma automática.
Uma sopa é uma ótima opção para comer à noite, que pode ser como entrada mais uma fonte de carboidrato magra, ou como prato principal, aí com vegetais, hortaliças, leguminosas e uma proteína.
Reforçam que quem tem muita fome à noite, deve se planejar ainda mais, por exemplo, almoçando bem para chegar no final do dia sem sentir tanta fome.

domingo, 26 de junho de 2016

Cientista diz que filme de terror faz cérebro reviver experiências ruins

As situações de estresse agudo, como a de assistir um filme de terror, levam o cérebro a lembrar de experiências ruins e a reorganizar seu modo de funcionamento, detalhou um grupo de pesquisadores da revista "Science".
De acordo com o diretor do estudo, Erno Hermans, da Universidade de Nova York, "o estresse agudo altera a forma como nosso cérebro funciona. Esta mudança de estado cerebral pode ser entendida como uma redistribuição estratégica dos recursos que são vitais quando a sobrevivência está em jogo".
Quando o cérebro se altera, os sentidos se aguçam e o medo cria um estado de alerta que fortalece as lembranças das experiências estressantes, além de prejudicar nossa capacidade de análise.
Este tipo de estudo, realizado anteriormente com animais expostos a estresse agudo, marcou uma pauta sobre as reações neuroquímicas, porque liberam vários hormônios e neurotransmissores que são capazes de alterar algumas propriedades celulares e de grande escala em povoações neuronais no cérebro.
A ativação do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal (HPA), que resulta no aumento da liberação sistêmica dos corticosteróides, é o selo distintivo da resposta à tensão. No entanto, a equipe de Hermans concluiu que o bloqueio do cortisol não influenciou na reorganização da rede cerebral.
"Mostramos que a atividade neuromoduladora noradrenérgica na primeira fase de resposta à tensão provoca uma reorganização de recursos neuronais. Estes estabelecem uma rede que contém áreas envolvidas na reorientação da atenção, no aumento do alerta perceptivo e no controle automático neuroendócrino", acrescentou.
Os cientistas expuseram os participantes a materiais cinematográficos aversivos e de outros tipos para comparar as reações cerebrais e analisar os compostos salivares em cada uma das situações.
Outra das conclusões do estudo é que as situações de estresse agudo tornam difícil deliberar lentamente, enquanto se ativam no cérebro as regiões implicadas na atenção e no alerta, assim como no sistema neuroendócrino. A pesquisa foi realizada com 80 voluntários.

sábado, 25 de junho de 2016

Alergia

Alergia é uma resposta exagerada do sistema imunológico a uma substância estranha ao organismo, ou seja uma hipersensibilidade imunológica a um estímulo externo específico. Os portadores de alergias são chamados de “atópicos” ou mais popularmente de “alérgicos”.
O organismo tecido ou célula capaz de apresentar uma reação de hipersensibilidade diz-se estar sensibilizado. As reações alégicas, sendo reações imunológicas, são extremamente específicas, reagindo o organismo sensibilizado exclusivamente ao determinante antigênico usado como imunogêno ou estrutura semelhante. As reações de hipersensibilidade foram bem cedo separadas em dois tipos diferentes, de acordo com o tempo decorrido entre o contato do organismo sensibilizado com o antígeno e a visualização macroscópica do fenômeno alérgico. Assim, enquanto as chamadas reações de hipersensibilidade imediata exigem apenas minutos ou algumas horas para seu aparecimento, as reações de hipersensibilidade tardia só se desenvolvem depois de muitas horas.
Hoje, embora esse critério de tempo de aparecimento continue válido para a classificação das reações de hipersensibilidade, sabe-se que diferenças mais importantes separam os dois tipos. Assim, enquanto as reações do tipo imediato incluem todas as reações reproduzíveis por um ou outro dos vários tipos de anticorpos presentes no soro e, conseqüentemente, podem ser transferidas de um indivíduo para o outro por anti-soro, as reações do tipo tardio dependem de linfócitos e, portanto, não são transmissíveis por anti-soro, mas somente por células. A transferência por meio de células de um estado de imunidade denomina-se imunização adotiva, porque o organismo receptor adota as células do doador, as quais lhe conferem a imunidade adquirida no outro organismo. No caso de transferência por células de um estado de hipersensibilidade, diz-se haver sensibilidade adotiva. Tanto a imunidade quanto a sensibilização adotiva somente são possíveis entre indivíduos isogênicos.(É possível à transferência de células alogênicas que, entretanto, sobrevivem por um período curto.) Note-se que, enquanto a hipersensibilidade tardia é transferível por anticorpos ou células.

Classificação

O esquema adiante resume a classificação dos diversos tipos de hipersensibilidade. As reações de hipersensibilidade imediatas incluem a anafilaxia, as reações citotóxicas e as reações devidas a determinados tipos de complexos antígeno-anticorpo em consequência qual produzem-se alterações nos tecidos. Note-se que, enquanto na anafilaxia o anticorpo está associado às células provando respostas dessas ao reagirem com o antígeno, nas reações citotóxicas, o antígeno é que se encontra associado às células. Nas reações devidas a complexos antígeno-anticorpo, nem o antígeno o anticorpo se encontram previamente associados às células, ocorrendo a reação após combinação do antígeno com o anticorpo livre. Além disso, enquanto as duas reações dependem da reação decomplemento, as reações anafiláticas acontecem sem a participação desse sistema. Existem evidências demostrando que, em quase todas as reações, a resposta do organismo é divida à ação de substâncias formadas ou liberadas do tecido pela reação do antígeno-anticorpo. Essas substâncias, que usualmente possuem intensa atividade farmacológica, são denominadas mediadores farmacológicos químicos ou simplesmente mediadores.

Imunoglobulina E

A imunoglobulina é uma proteína que exerce importante papel no corpo humano. É ela que vai dar início a um complexo sistema de defesa contra infecções e ataques de vírus e bactérias. A imunoglobulina tem função de mensageira. Liberada na circulação sanguínea, ela percorre o organismo e ao deparar-se com o agente agressor para o qual ela foi especificamente feita, fixa-se nele e promove a liberação de histamina, que é a responsável pelos sintomas.

Sintomatologia

O alérgico pode apresentar um ou vários dos sinais abaixo:
  • Espirros em salva (vários espirros seguidos)
  • Nariz obstruído, com respiração pela boca.
  • Coriza (secreção nasal aquosa e fluida)
  • Tosse repetitiva
  • Prurido (comichão) nos olhos, nariz, garganta e em qualquer parte do corpo.
  • Lacrimejação dos olhos
  • Erupções cutâneas
  • Urticárias
  • Edema (inchaço) nos lábios ou nas pálpebras (angioedema)
  • Conjuntivite, faringite, sinusite e otite alérgicas.
  • Marcas nas pálpebras
  • Dispnéia (falta de ar)

Tratamento Alergia

O tratamento pode ser dividido entre a fase aguda (quando o paciente apresenta exacerbação dos sintomas) e fase crônica.

Fase aguda

O tratamento da fase aguda é feito com anti-histamínicos e corticóides por via endovenosa ou intramuscular. Nos casos de alergias respiratórias pode ser necessário nebulização com beta-adrenérgicos. Medicamentos sintomáticos são prescritos conforme a necessidade de cada pessoa. É necessário também afastar a pessoa do agente que está causando a alergia.

Fase crônica

O tratamento na fase crônica, ou após o termino da fase aguda, é a desensibilização. A desensibilização é uma forma de imunoterapia onde o paciente recebe doses inicialmente mínimas que gradualmente vão aumentando, com doses progressivas do produto alergênico em questão.
Esta técnica pode diminuir a sensibilidade ou até mesmo eliminar a hipersensibilidade. Isto acontece porque o estímulo acarreta um contínuo aumento na produção de imunoglobulina G, que substitui a imunoglobulina E, responsável pela resposta aguda e pela resposta alérgica.
Texto revisado de Wikipédia a enciclopédia livre.

sexta-feira, 24 de junho de 2016

Pericardite

Definição

 
É a inflamação da formação sacular (pericárdio) que envolve o coração.
 
 

Causa

 
Pericardite é, geralmente, a complicação de uma infecção viral, na maior parte das vezes pelo vírus coxsackie. Há casos de infecção pelo vírus influenza (gripe) e pelo HIV (AIDS).
 
Infecções causadas por bactérias podem levar a uma pericardite bacteriana. Infecções por fungos também podem resultar em pericardite.
 
Além disso, pericardite pode estar associada a doenças como:
 
            Doenças autoimunes;
            Câncer (incluindo a leucemia);
            AIDS;
            Hipotiroidismo;
            Insuficiência renal;
            Febre reumática;
            Tuberculose.
 
Outras causas incluem;
 
            Ataque do coração;
            Ferimentos (entre eles cirurgias) ou trauma no tórax, esôfago ou coração;
            Medicamentos que suprimem o sistema imunológico;
            Miocardite;
            Terapia radioterápica no tórax.
 
Frequentemente, as causas da pericardite permanecem desconhecidas. Nestes casos ela é chamada de pericardite idiopática.
 
A doença é mais comum em homens entre os 20 e 50. E geralmente segue uma infecção respiratória. Em crianças, a doença é causada por adenovírus ou vírus coxsackie.
 

Sintomas

 
Inchação nos tornozelos, pés e pernas (ocasionalmente);
Ansiedade;
Dificuldade na respiração quando se está deitado;
Dor torácica, pela inflamação do pericárdio:
            Pode irradiar para o pescoço, ombros, costas ou abdome;
Frequentemente aumenta com a respiração profunda e quando se está deitado, e piora com a tosse;
                        Melhora ficando-se em pé.
            Tosse seca;
            Fadiga;
            Febre.
 

Exames

 
Com um estetoscópio o médico poderá escutar um som vindo do pericárdio. O som do coração poderá estar abafado e distante. Pode haver sinais de fluidos no pericárdio.
 
Se o problema for muito grave, poderá haver sinais como:
 
Diminuição dos sons da respiração;
Sinais de líquido no espaço ao redor dos pulmões (derrame pleural).
 
Se o líquido se acumulou no saco pericárdico, ele poderá ser visto com:
 
Radiografia torácica;
Eletrocardiograma;
Ecocardiograma;
Ressonância magnética do coração ou tomografia computadorizada do coração;
Cintilografia.

Esses testes mostram:
 
Alargamento do coração;
Sinais de inflamação;
Cicatrizes e contratura do pericárdio (pericardite constritiva).
 
Outros resultados variam dependendo da causa da pericardite.
Para descartar ataque cardíaco, o prestador de cuidados de saúde pode ordenar serial níveis dos marcadores cardíacos (CK-MB e troponina I).
 
Outros exames laboratoriais podem incluir:
           
Hemocultura;
CBC;
Proteína C-reativa;
Velocidade de hemossedimentação (VHS);
Sorologia para HIV;
Pericardiocentese, com análises químicas e cultura do líquido pericárdico;
A prova tuberculínica.
 

Tratamento


A causa da pericardite deve ser identificada, se possível.

 
Medicamentos incluem:

 
Analgésicos para a dor;
Antibióticos para pericardite bacteriana;
Medicamentos antifúngicos para a pericardite fúngica;
Aspirina ou um anti-inflamatório não esteróide (AINE) como o ibuprofeno para a inflamação do pericárdio;
Corticosteróides como a prednisona;
Diuréticos para remover o excesso de líquido no saco pericárdico.

 
Se o acúmulo de líquido no pericárdio prejudica o funcionamento do coração ou produz tamponamento cardíaco, é necessário drenar o líquido do saco. Este procedimento, chamado pericardiocentese, pode ser feito usando uma agulha guiada por ecocardiograma ou uma pequena cirurgia.

Se a pericardite é crônica, recorrente, ou causa pericardite constritiva, o corte ou remoção de parte do pericárdio pode ser recomendada.

 

Prognóstico


Pericardite pode variar de casos leves até a que ameaça a vida do paciente. A doença pode ser complicada pelo acúmulo significativo de líquido em torno do coração e por uma função cardíaca deficiente.

 
O resultado pode ser bom se a doença for tratada rapidamente. A maioria das pessoas se recupera em 2 semanas a 3 meses. No entanto, pericardite pode voltar.

 

Possíveis complicações:


Arritmias;
Tamponamento cardíaco;
Pericardite constritiva, que podem evoluir para insuficiência cardíaca

 

Quando entrar em contato com um profissional médico

Chame seu médico se você tiver os sintomas de pericardite. Esta doença pode ser fatal se não tratada.

 

Prevenção

Muitos casos não são evitáveis.

 

Referência

LeWinter MM. Pericardial Diseases. In: Libby P, Bonow RO, Mann DL, Zipes DP. Braunwald's Heart Disease: A Textbook of Cardiovascular Medicine. 8th ed. Philadelphia, Pa: Saunders Elsevier; 2007:chap 70

quinta-feira, 23 de junho de 2016

Miocardite

É uma inflamação (irritação e inchação) das paredes musculares do coração. A inflamação causa danos em células individuais do músculo do coração. Quando muitas destas células estão danificadas, o coração não consegue bombear eficientemente. O processo pode ser rápido e resultar em morte. Mas, o mais comum é que o coração comece a se regenerar. O músculo cardíaco começa a melhorar trocando células mortas por tecidos cicatricial que não se contraem e não ajudam o coração a bombear, como resultado de muitas cicatrizes o coração pode falhar.

Como isso ocorre?


Muitas coisas podem inflamar o coração. As causas de miocardite incluem:
  • Infecção, especialmente infecção viral (a causa mais comum);
  • Reações a alguns medicamentos, como Anti neoplásicos;
  • Exposição a produtos químicos, como chumbo, arsênico e monóxido de carbono;
  • Parasitas em algumas partes da América Central e do Sul
  • Doenças autoimunes (uma reação excessiva do sistema imunológico do corpo), como lúpus e artrite reumatóide.
O que dá inicio a uma inflamação não é sempre sabido. Quando a causa não é conhecida ela chamada de miocardite idiopática.

Quais são os sintomas?


Às vezes não há sintomas. Quando eles ocorrem, são os sintomas da falha do coração, como:

  • Falta de força;
  • Diminuição do fôlego ou problemas com a respiração, primeiro durante exercícios e depois com qualquer atividade e até quando se está descansando;
  • Acordar à noite com problemas falta de ar e ter dificuldades em estar deitado pela falta de fôlego;
  • Inchaço nos tornozelos e nos pés, e ganho de peso devido ao excesso de fluidos no corpo.

Como é diagnosticado?


Seu médico irá perguntar sobre os seus sintomas e o examinará. Ele escutará o seu coração com um estetoscópio.

O primeiro teste é usualmente um ecocardiograma (um escaneamento ultrassônico do coração).

Um pequeno pedaço do músculo cardíaco pode ser removido para ser examinado sob um microscópio (uma biópsia). Você receberá um anestésico local para que não sinta dor durante este procedimento. Amostras do músculo cardíaco são retiradas com um biótomo que é um tubo flexível (cateter), fino com uma pequena tesoura na sua ponta. Ele é inserido por uma veia no pescoço e movido por esta veia até o coração. A tesoura remove um pequeno pedaço do músculo do coração. Os resultados ficam disponíveis dentro de 48 horas.

Uma vez diagnosticada a miocardite, você poderá realizar teste de sangue para identificar a causa da infecção.

Como é tratada?


A miocardite é tratada com analgésicos e antiinflamatórios. Se a miocardite é causada por doença, tratá-la também será cuidar do coração. Se a miocardite é causada por infecção bacteriana, antibióticos serão prescritos. Medicamentos para o coração poderão ser prescritos para regular as batidas do coração e para ajudar o bombeamento. Um aparelho chamado balão intra aórtico poderá ser utilizado para ajudar o bombeamento do coração. Os objetivos do tratamento são ajudar o bombeamento cardíaco enquanto ele se recupera e limitar os danos o máximo possível.

Complicações da miocardite, como a falha do coração, podem ser tratadas se ocorrerem. Se o coração está muito prejudicado, um transplante de coração poderá ser realizado.

Como posso me cuidar?


  • Manter uma dieta saudável;
  • Pergunte ao seu médico sobre atividades físicas ou exercícios;
  • Fale com o seu médico antes de usar algum medicamento que não foi prescrito por um médico para você, inclusive os remédios que não precisam de prescrição e suplementos;
  • Se você fuma, pare;
  • Faça checkups regularmente;
  • Perca peso, se você está com sobrepeso;
  • Aprenda maneiras de reduzir ou administrar o estresse;
  • Reduza o sal de sua dieta, se o seu médico recomendar;
  • Chame por assistência médica logo, se:
·        Se os sintomas piorarem;
·        Se você tiver uma redução de fôlego;
·        Se você tiver tonteiras;
·        Se você tiver uma aceleração dos batimentos cardíacos ou se eles estiverem irregulares (palpitações);
·        Se você tiver dor no peito.

Por quanto tempo duram os efeitos?


Por volta de um terço das pessoas que tiveram miocardite voltaram ao normal após algumas semanas até alguns meses. Os outros têm danos permanentes ao músculo cardíaco. Os danos variam de brando até severo. Há tratamentos efetivos para pessoas que o coração não retorna ao normal.
Fonte: MD Consultant: Myocarditis: Patient Education.

quarta-feira, 22 de junho de 2016

Virose

Vírus
Virose é um termo pouco específico, que significa doença viral ou infecção provocada por um vírus. Se formos interpretar a expressão virose ao pé da letra, estaremos diante de um gigantesco grupo de doenças que engloba centenas de infecções virais diferentes, desde as mais simples, como resfriados e verrugas de pele, até as mais graves, como AIDS, raiva, hepatite e ebola.
Apesar do termo virose abranger todas as infecções de origem viral, na prática, os médicos costumam reservar esse diagnóstico para as infecções virais leves, de origem respiratória ou gastrointestinal, que habitualmente são autolimitas e curam-se espontaneamente após alguns dias. Nenhum médico diz para o paciente que está com sarampo, ebola ou AIDS que ele tem “apenas uma virose”.

“É SÓ UMA VIROSE”

Imagine a seguinte situação: dois pacientes aguardam consulta médica em um centro de pronto atendimento. O primeiro entra e relata ao médico que está sentindo cansaço, dor no corpo, dor de cabeça, tosse, espirros e nariz entupido. Ao fim da consulta, o médico diz que ele tem apenas um virose e que deve ir pra casa descansar e se hidratar bem. Chega a vez do segundo paciente, que relata ao médico estar com mal-estar, cansaço, cólicas, diarreia e vômitos. Novamente, o médico diz que ele tem apenas um virose e que deve ir pra casa descansar e se hidratar bem.
Como pode o médico dar o mesmo diagnóstico e indicar o mesmo tratamento para dois pacientes com sintomas tão diferentes?
Por mais que para o público leigo possa parecer que o médico está “chutando” o diagnóstico, existe uma grande chance do profissional ter acertado nas duas situações. A imensa maioria dos quadros respiratórios, com espirros e dores pelo corpo, e dos quadros gastrointestinais agudos, sem febre alta ou sangue nas fezes, são provocados por infecções virais de curta duração, como aquelas causadas pelos vírus Rinovírus, Parainfluenza, Influenza, Coronavírus, Rotavírus ou Norovírus.
Nestes casos, o importante para o médico não é fazer um diagnóstico preciso do vírus responsável pelo quadro clínico, mas sim ter certeza que o paciente não apresenta sinais e sintomas que possam indicar um outro problema, que não apenas uma simples virose. Entre esses sinais e sintomas estão a febre alta, pus nas amígdalas, sangue nas fezes, dor abdominal intensa, sinais de desidratação, hipotensão arterial, sintomas com mais de 1 semana de duração, etc.
Em alguns casos, quadros de infecções mais graves podem se apresentar nos primeiros dias de forma muito parecida com uma virose comum, só vindo a manifestar os sintomas mais claramente após 48-72 horas. Além disso, apesar de não ser o habitual, algumas viroses comuns podem causar complicações. A gripe é um exemplo bem claro. A imensa maioria dos pacientes com gripe recupera-se espontaneamente após alguns dias, mas cerca de 1% dos pacientes podem ter complicações sérias.
O correto, portanto, é o médico examinar o paciente à procura de sinais e sintomas de gravidade e explicar que as viroses comuns costumam melhorar espontaneamente após 3 ou 4 dias. Se o paciente, em vez de melhorar, notar um agravamento dos sintomas ao longo das próximas 48 horas, uma nova avaliação médica costuma ser necessária.

SINTOMAS DE VIROSE

Tecnicamente, qualquer infecção provocada por um vírus pode ser chamado de virose, logo, existe uma vasta gama de sinais e sintomas possíveis. Entretanto, conforme já explicamos, na prática, o termo virose acaba ficando restrito aos tipos de infecção viral que são brandos e autolimitados.
Podemos dividir em três grandes grupos os principais quadros clínicos provocados por viroses: viroses respiratórias, viroses gastrointestinais e viroses exantematosas. Vamos falar um pouco sobre cada uma das três.
1- Sintomas das viroses respiratórias
As viroses respiratórias são provocados pelo vírus da gripe, chamado vírus Influenza, ou pelos vários vírus que provocam o resfriado comum, entre eles: Rinovírus, Adenovirus, Vírus sincicial respiratório, Coronavirus, Parainfluenza.
Entre os sintomas mais comuns das viroses respiratórias podemos citar:
  • Febre.
  • Espirros.
  • Coriza.
  • Sinusite.
  • Tosse.
  • Conjuntivite.
  • Dor de cabeça.
  • Dor de garganta.
  • Dor no corpo.
  • Cansaço.
  • Mal-estar generalizado.
Cabe salientar que o paciente não precisa apresentar todos os sintomas listados acima para ter uma virose. Um paciente que apresente apenas coriza, espirros, dor de cabeça e cansaço já apresenta um quadro bastante rico para o diagnostico de virose respiratória.
Quadros alérgicos, como a rinite alérgica, também podem cursar com alguns dos sintomas das viroses e o tratamento deve ser feito com medicamentos antialérgicos.Quando o médico se depara com uma virose respiratória, é importante que ele procure descartar infecções bacterianas que possam ter sintomas semelhantes, mas que precisam ser tratados com antibióticos, tais como a faringite bacteriana, a pneumonia e a sinusite bacteriana.
As viroses respiratórias duram de 2 a 7 dias e curam-se espontaneamente.
Raramente há complicações.

2- Sintomas das viroses gastrointestinais
A maioria dos quadros de diarreia aguda costuma ser causada pelas viroses gastrointestinais, que incluem infecções pelos vírus rotavírus, Norovírus, Astrovírus e Adenovírus entérico.
As viroses gastrointestinais se caracterizam por um quadro de diarreia aguda que dura, em média, de 3 a 7 dias, e está frequentemente acompanhada por cólicas abdominais e vômitos, principalmente nos primeiros dias. Febre baixa, abaixo de 38,5ºC, também é um sintoma bastante comum.
Quando um médico se depara com um paciente com quadro sugestivo de virose gastrointestinal, ele precisa estar atento para alguns sinais e sintomas que possam indicar outra causa que não uma infecção viral simples. Entre os sinais de alerta estão:
  • Febre alta.
  • Intensa e persistente dor abdominal.
  • Diarreia sanguinolenta.
  • Sinais de desidratação grave.
  • Sintomas prolongados, geralmente por mais de 10 dias.
  • Perda de peso importante.
A maioria das viroses gastrointestinais resolve-se espontaneamente, sem necessidade de tratamento ou dietas muito rigorosas. A complicação mais comum é a desidratação, que pode ser evitada, caso o paciente consiga manter uma boa hidratação.
3- Sintomas das viroses exantemáticas
As viroses exantemáticas são um grupo de doenças de origem viral que cursam com o aparecimento de exantemas, que nada mais são do que erupções avermelhadas na pele. Entre as viroses exantemáticas mais conhecidas podemos citar a catapora (varicela), a rubéola e o sarampo. A dengue, a febre Chicungunha e a febre Zika também são exemplos de viroses que podem cursar com exantemas, apesar das lesões de pele não serem os sinais mais importantes destas infecções.
Nem sempre, porém, as viroses que produzem exantemas apresentam um quadro clínico típico que nos permite enquadrá-las em um diagnóstico específico. Muitas vezes, o paciente recebe mesmo é o inespecífico diagnóstico de virose. Algumas das viroses respiratórias e gastrointestinais citadas nos tópicos anteriores podem também causar machas avermelhadas na pele, que não possuem características de nenhuma doença em especial. Não é incomum encontrarmos um paciente com um quadro de curta duração que consista em manchas avermelhadas na pele, febre, dores no corpo e alguns sintomas respiratórios.
Também não é incomum que os pacientes tenham formas brandas e atípicas de algumas viroses exantemáticas clássicas. Algumas pessoas só descobrem que tiveram catapora, dengue ou rubéola quando fazem exames de sangue, pois, na época da infecção, vários anos atrás, os sintomas foram tão inespecíficos, que muitas vezes nem atendimento médico o paciente procurou.
Portanto, se as lesões de pele não tiverem algumas características próprias, nem sempre é possível fazer o diagnóstico preciso de uma virose exantemática, principalmente se ela for de curta duração e com sintomas leves.

DIAGNÓSTICO DAS VIROSES

Umas das maiores frustrações do paciente que recebe o diagnóstico de virose é o fato do médico solicitar poucos ou nenhum exame e não estabelecer um diagnóstico mais preciso. Isso do ponto de vista médico, entretanto, não é um problema. Se há um grupo de doenças que tenham sintomas semelhantes, sejam de curta duração e não necessitem de nenhum tratamento específico, não faz sentido gastar tempo e dinheiro do paciente para fazer um diagnóstico mais preciso, uma vez que isso em nada irá alterar a conduta do médico. Mesmo que o paciente tenha um quadro de catapora ou dengue branda, com manifestações atípicas, saber ou não o diagnóstico correto não vai mudar em nada o tratamento. Da mesma forma, saber se o paciente tem um resfriado por adenovírus ou por Parainfluenza não traz nenhuma vantagem na maioria dos casos.
A solicitação de exames complementares pode ser indicada quando o médico não se sente seguro com o diagnóstico de virose. Análises de sangue, radiografia de tórax ou uma amostra de secreções da orofaringe podem ser solicitadas, caso o médico queira ter mais certeza que a infecção não tem origem bacteriana.
Outra situação em que o diagnóstico mais preciso pode ser interessante é nos períodos de epidemia de gripe. Do ponto de vista de saúde pública, saber se há ou não uma nova cepa do vírus Influenza pode ajudar no estabelecimento de estratégias de tratamento, prevenção e na formulação de vacinas para os anos seguintes.

TRATAMENTO DAS VIROSES

A maioria dos quadros que chamamos de virose são autolimitados, ou seja, curam-se espontaneamente após alguns dias. Sendo assim, não há necessidade de nenhum tipo de tratamento específico. Isso não significa, porém, que o médico não possa prescrever alguns remédios visando o alívio dos sintomas do paciente, principalmente nos casos de febre e dor. Nos pacientes com vômitos e diarreia, o tratamento deve visar a adequada hidratação do paciente.
Uma medida importante para evitar a transmissão das viroses para outras pessoas e a lavagem frequente das mãos. A principal forma de transmissão dos vírus não é através do ar, mas sim através de mãos contaminadas 

terça-feira, 21 de junho de 2016

Bronquiolite

O que é a bronquiolite?
O ar que inspiramos entra pela boca/nariz e segue o seguinte trajeto: faringe » laringe » traqueia » brônquio » bronquíolo » alvéolo (veja a ilustração ao lado para melhor entender).pulmão
Conforme avançamos ao longo da arvore respiratória, as estruturas vão se tornando cada vez mais ramificadas e finas. Os bronquíolos são a última porção da árvore respiratória antes dos alvéolos, que são as estruturas que entregam o oxigênio respirado para o sangue.
Os bronquíolos são estruturas quase microscópicas, com diâmetro menor que 1 mm. São através de canais tão pequenos que o ar precisa passar para chegar nos alvéolos. Qualquer processo inflamatório que acometa os bronquíolos causa inchaço na parede dos mesmos, fechando a passagem de ar e aumentando a produção de muco dentro das vias aéreas. A bronquiolite – inflamação dos bronquíolos – se traduz clinicamente por broncoespasmo (chiado no peito) e tosse com expectoração.
Causas e fatores de risco da bronquiolite
A bronquiolite é habitualmente causada por uma infecção viral, na maioria dos casos por uma vírus chamado Vírus sincicial respiratório (VSR). Outros vírus também podem ser os responsáveis, como Rinovírus, Influenza, Parainfluenza e Adenovírus. A transmissão é feita de forma semelhante a qualquer outra virose respiratória, como gripes e resfriados.
A bronquiolite é uma infecção altamente contagiosa, que ataca preferencialmente crianças menores de 2 anos. Os bebês com menos de 6 meses são as principais vítimas.
O VSR é muito comum e existe no mundo inteiro. Praticamente todas as crianças terão tido contato com ele até os três anos de idade. Algumas desenvolvem quadros brandos, semelhantes a resfriados, enquanto outras, geralmente as mais novas, podem ter quadros graves, com necessidade de hospitalização. Habitualmente, as crianças acima dos 2 anos que entram em contato com o VSR não desenvolvem a bronquiolite, apenas um quadro de resfriado simples. É possível se infectar com o Vírus sincicial respiratório mais de uma vez, porém, em geral, as infecções subsequentes são mais brandas que a infecção inicial, principalmente nas crianças mais velhas.
Os principais fatores de risco para desenvolver bronquiolite são:
– Prematuridade.
– Baixo peso ao nascer.
– Idade inferior a 3 meses.
– Crianças com doença pulmonar, neurológica ou cardíaca prévia.
– Imunodeficiência.
– Fumo passivo.
– Frequentar creche.
– Ter irmãos mais velhos que frequentemente trazem infecções respiratórias para casa.
– Morar em casa amontoado com muitas pessoas.
– Ambientes frios (o vírus costuma circular com mais facilidade no inverno).
Sintomas da bronquiolite
O período de incubação do VSR costuma ser de 2 a 5 dias. Os primeiros sintomas são inespecíficos, típicos de qualquer resfriado, com coriza, espirros, tosse e febre baixa. Na maioria das crianças, o vírus fica restrito às vias aéreas superiores e o quadro não evolui muito a partir daí. Nas crianças mais novinhas, porém, o vírus pode alcançar áreas mais profundas da árvore respiratória, atacando os brônquios e bronquíolos, levando à bronquiolite.
Na bronquiolite os sintomas surgem após 2 a 5 dias de resfriado, apresentando o seguinte quadro:
– Recusa alimentar.
– Cansaço para mamar.
– Letargia e sonolência.
– Broncoespasmo (chiado no peito).
– Tosse persistente, que pode durar por mais de 2 semanas.
Nos casos de bronquiolite grave, a criança pode apresentar:
– Dificuldade respiratória, caracterizada por frequências respiratórias elevadas, geralmente acima de 60 incursões por minuto e uso da musculatura abdominal e intercostal durante a respiração.
– Cianose (dedos e lábios arroxeados).
– Rebaixamento do nível de consciência.
Em crianças menores de 2 meses um dos sintomas da bronquiolite pode ser pausas respiratórias (apneia) de até 20 segundos.
Na maioria dos casos, a bronquiolite é uma doença autolimitada, com resolução espontânea após alguns dias. O pico dos sintomas costuma ocorrer entre 5 a 7 dias. A recuperação completa geralmente se dá em 1 ou 2 semanas, mas pode demorar até 4 semanas em alguns casos.
Os casos mais graves são aqueles em que o bebê apresenta dificuldade respiratória, principalmente quando há sinais de esforço para respirar. Em geral, apenas 3% dos casos precisam de hospitalização.
O diagnóstico da bronquiolite é clínico, baseado nos sintomas e no exame físico. Na maioria dos casos, não há necessidade de exames laboratoriais ou radiológicos.
Tratamento da bronquiolite
Por segurança, todo bebê menor que 6 meses com quadro de infecção respiratória deve ser avaliado pelo pediatra.
Assim como na gripe, não há um tratamento específico para a bronquiolite. Nas casos mais leves, o tratamento pode ser feito em casa, com repouso, antipiréticos e soro nasal. Nebulização com soro também pode ajudar. Se houver algum grau de broncospasmo, a nebulização com broncodilatadores está indicada.
Não se deve usar anti-histamínicos, descongestionantes ou antibióticos para tratar bronquiolite.
Os bebês que ainda mamam costumam ficar mais cansados, não conseguindo mamar com a mesma eficiência. Nestes casos, ofereça o peito com mais frequência para que o mesmo mantenha-se sempre bem hidratado e alimentado.
Nunca fume perto de uma criança, principalmente durante um quadro de infecção respiratória.